quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Desejos de Natal

Querido Pai Natal,

Este ano portei-me bem, voltei a comprar o meu Red Pass, continuei o processo de iniciação dos sobrinhos ao Universo Benfica, apoiei a equipa (nunca a assobiei! Nem este ano nem noutro ano qualquer) e alarguei a base de apoio do clube a alguns adeptos estrangeiros.

Quero agradecer-te a festa que me (nos) proporcionaste em Maio. Foi efusiva, alegre e merecida! Foi o culminar duma época quase perfeita (ah, aquele jogo de Liverpool), com uma equipa forte, atacante, entusiasmante, um treinador energético e com uma filosofia de jogo que se enquadra na matriz Benfica. Obrigado!

Para este Natal peço-te apenas uma prenda: humildade! Humildade para todos os responsáveis do Benfica. Humildade para todos os jogadores do Clube. Humildade para todos os sócios e adeptos do Glorioso. Apenas com humildade podemos compreender os erros que cometemos e, assim, poderemos evitá-los no futuro.

Vendemos Ramires sem acautelarmos devidamente a sua saída? Que aprendamos com humildade.

Perdemos 5-0 com o Porto? Que nos sirva de lição para o resto da época, porque se ganharmos todos os jogos até Maio, voltaremos a ser nós a festejar no Marquês.

Fomos eliminados da Champions League? Tenhamos mais humildade no futuro e poderemos fazer “coisas bonitas” na Liga Europa.

Obrigado,

Tu sabes quem sou

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O Voo da Águia

Está tudo louco!

Desde quando é que um Clube como o Benfica pode deixar prolongar-se no tempo uma situação como esta, do conflito com Juan Bernabé?
 
Existe um problema de indisciplina? Trata-se como qualquer outra questão laboral.
 
Existe um problema por causa da Lazio? Prescinda-se dos serviços do Sr. Bernabé e contrate-se outro tratador de águias imperiais. Duvido que não exista outra pessoa que, com treino, possa realizar o mesmo espectáculo antes dos jogos.

O que não pode acontecer são as agressões entre funcionários do Clube.
 
O que não pode acontecer é o lavar de roupa suja e troca de comunicados nos media.
 
Vamos ser profissionais! Vamos dar-nos ao respeito! Vamos colocar as prioridades em ordem!
 
A águia Vitória é “apenas” um espectáculo extra-futebol que agrada a todos os que o vêem e, até poderá, em certa medida, intimidar alguns adversários. Mas não é mais do que isso! Não é o símbolo do Clube! Muito menos o é o Sr. Bernabé.
 
Símbolos do Sport Lisboa e Benfica são Cosme Damião, Borges Coutinho, Eusébio da Silva Ferreira, Mário Coluna, Humberto Coelho, Toni, João Pinto ou Rui Costa. E muitos outros anónimos, claro! Foram eles que fizeram do Benfica um gigante.
 
Não podemos continuar a dar tiros nos pés e a deixar que qualquer pequeno assunto relacionado com o Sport Lisboa e Benfica se torne num tema de discussão nacional.
 
Quanto aos meios de comunicação social, principalmente os ligados ao desporto, deveriam estar mais preocupados em investigar temas como corrupção desportiva, subornos, relações entre dirigentes deportivos, autarcas, juízes e forças policiais, do que com o futuro de um tratador de animais. E também, tácticas, modelos de jogo, “transições ofensivas e defensivas”, etc. Lá está, é tudo uma questão de prioridades.
 
O Benfica “sobreviveu” durante 100 anos sem o Sr. Juan Bernabé e sem a águia Vitória. Imagino que consiga sobreviver mais alguns.
 
Força Benfica!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Liga Europa – Sport Lisboa e Benfica vs. VfB Stuttgart 1893 e.V.



O próximo adversário europeu do Benfica será o Stuttgart da Alemanha. Mais um adversário alemão, pelo que, desde já, o motivo de interesse para grande parte dos jornalistas desportivos e bloggers, será a maldição germânica do Benfica.


Alguns dirão que nem Eusébio nos valeu. Nem Eusébio, nem Humberto, nem João Pinto, etc.

É verdade que nunca ganhámos na Alemanha. So what? Penso mesmo que este deveria ser um factor de motivação extra para os nossos futebolistas. “Entrem na História do Clube! Façam algo que nem Eusébio conseguiu fazer!”


Penso que esta época, precisamos de realismo. O que significa este realismo? Significa que deveremos encarar como objectivos principais da época:
  • Vencer a Taça de Portugal (que saudades da festa do Jamor)
  • Meias-finais da Liga Europa

  • Garantir o 2º lugar do Campeonato, sem nunca perder de vista o 1º

  • Quanto à Taça da Liga, não deveríamos participar, mas uma vez que participamos, devemos defender o título e fazer da Taça da Liga o que o Porto fez da Supertaça – fazer dela muito mais do que é.

Relativamente ao Stuttgart, o Benfica tem todas as condições para ultrapassar esta equipa. Desde que façamos desta uma prioridade e desde que incutamos nos jogadores essa prioridade, eles saberão responder dentro de campo.

Por falar em equipas alemãs, veio-me imediatamente à memória a eliminatória (quartos-de-final) contra o Bayer Leverkusen, em 1994. No jogo da 1ª mão, saí da Luz ainda antes do jogo acabar (foi a única vez que o fiz em toda a minha vida), porque o senhor que me dava boleia queria sair antes de todos os outros milhares. O que aconteceu? Estávamos a meio caminho entre o Terceiro Anel e o exterior do Estádio quando ouvimos um tremendo “Goooooooolo!”. Voltei para trás e celebrei. Mas ainda hoje sinto a falta de ter visto esse golo do nosso profeta Isaías.


Quanto ao jogo da 2ª mão, não há muitas palavras para o adjectivar. Talvez possa dizer que foi o jogo mais marcante que assisti. 4-4! Na Alemanha! Quando toda a imprensa nos dava como eliminados, o brio, profissionalismo e qualidade da equipa levantaram muito alto o nome do glorioso Sport Lisboa e Benfica. Marcadores: Abel Xavier, João Pinto e Kulkov (2).

Deliciem-se com o resumo do jogo.




Todos os dias criamos a nossa História! Esta época ainda pode ser histórica!


Força Benfica!

domingo, 12 de dezembro de 2010

Taça de Portugal

E como hoje é dia de Taça de Portugal, aqui fica um vídeo sobre a melhor final da Taça dos últimos 30 anos.



Acho que foi a única final da Taça que assisti no topo Norte.

Força Benfica! Vamos ao Jamor!

Estádio do Sport Lisboa e Benfica, a Luz

Estádio do Sport Lisboa e Benfica. Este é o nome oficial de um dos mais míticos estádios do futebol mundial.




Os amantes do futebol, se tivessem que eleger 10 estádios incontornáveis da História do futebol, escolheriam Anfield Road, Santiago Bernabéu, Maracanã, San Siro, Wembley, Nou Camp, La Bombonera, Celtic Park, Old Trafford, e claro, a nossa Luz.

Foi no nosso Estádio que aprendi a ver futebol, muito antes de as televisões transmitirem 1, 2, 3, 10 jogos por fim-de-semana.

O Estádio onde Eusébio se fez homem e estrela!

O Estádio onde muitos jogadores se tornaram estrelas mundiais (Sr. Mário Coluna, José Augusto, José Águas, António Simões, Humberto Coelho, Fernando Chalana, Carlos Mozer, João Pinto, Rui Costa, Angel Dí Maria, etc.) e onde outros não aguentaram a pressão de um público fervoroso e único (como aconteceu à equipa do Olympique de Marseille que, em 1990, ficou parada no túnel de acesso ao relvado não querendo acreditar que teria que enfrentar o Inferno da Luz).

Tenho muitas recordações da Luz! A final da Taça UEFA de 1982 (em que eu ainda era apenas um miúdo); a meia-final da Taça dos Campeões Europeus em 1990 contra o Marselha de Bernardette; a meia-final da Taça das Taças em 1994 contra o Parma de Asprilla e Brolin; a final do Campeonato do Mundo de Juniores de 1991; o choro de Rui Costa; a alegria de José Mourinho depois dos 3-0 à lagartagem. Foram muitas tardes e noites de magia, de amor, de fervor. O Benfica fez-se imortal na Luz, no Inferno da Luz!

A melhor recordação? É complicado escolher apenas uma. Talvez o golo de Vata contra o Marselha. Não apenas o golo, mas a atmosfera que se viveu no estádio durante todo o jogo. Entre todos os 135 mil adeptos presentes existia uma fé inabalável, indescritível e enorme de que o Benfica iria ganhar o jogo e iria estar presente em mais uma final da Taça dos Campeões Europeus.

Porque lhe chamamos Estádio da Luz? Não tem que ver com a luminosidade ou com o sistema de iluminação. É apenas a feliz coincidência de o estádio ficar situado perto da Estrada da Luz.

Está na hora de voltarmos a transformar o Estádio da Luz no Inferno da Luz. Está na hora de voltarmos a dizer presente. Está na hora do Benfica!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Razões para o Inexplicável

Enquanto continuamos a viver o martírio da época 2010-2011, vamos pensando como foi possível passarmos do Céu ao Inferno em apenas alguns meses.

Todos apontamos razões, todos temos opinião, todos… somos Benfica!

As minhas razões para o que se está a passar este ano são:

1. Falta de rigor e profissionalismo na estrutura do futebol e no próprio Clube

No Benfica, deixámos de viver para a continuidade de sucessos, para a Glória. Ao vencermos um título, deixamos de pensar no próximo e vivemos momentos “demasiado longos” a saborear o título conquistado.

Um título de 5 em 5 anos não é, nem pode nunca ser, o objectivo do Benfica. Os profissionais do Clube têm que conhecer as aspirações, desejos e objectivos de quem construiu e constrói o Clube, ou seja, das antigas glórias e dos sócios.

O rigor e profissionalismo não são apenas exigíveis aos jogadores e técnicos que se contratam. O rigor e profissionalismo devem estar presentes nos discursos que se fazem, nas conferências de imprensa, nos comunicados, nos processos de contratação, nos apoios que se dão a certos organismos, em tudo.

É necessário rigor, profissionalismo e humildade para sabermos que não temos competência para gerirmos algumas áreas. Deixar o futebol a quem realmente percebe de futebol e para quem tenha um ideal de futebol para o clube será uma das medidas mais acertadas que pode tomar um Presidente do Benfica.

2. Demasiados Interesses extra-Benfica

A História do nosso Clube foi construída sobre os alicerces da verdade, da transparência, da determinação, da honra e da coragem. Estas podem parecer apenas palavras, mas deveriam ser valores vividos e alimentados todos os dias dentro do Clube. Só assim será possível passar a todos os atletas.

Ora, ao vermos negócios “estranhos” com o Atlético de Madrid (comprar um guarda-redes por 8,5 M€ quando em Espanha se dizia que o Zaragoza iria comprar o Roberto por 2M€), com o Real Madrid (venda de Di Maria e compras de Rodrigo e Alípio mal explicadas) e com outras entidades, começamos a colocar em questão os valores morais de quem pratica tais acções. Não se deve confundir o segredo dos negócios com obscurantismo.

3. Excesso de Protagonismo e Vaidade

A direcção do Sport Lisboa e Benfica deveria consciencializar-se que obterá muito mais protagonismo com as sucessivas vitórias do Benfica do que com “jogadas estranhas”. Os sócios do Sport Lisboa e Benfica deveriam, também, colocar em primeiro lugar os interesses do Clube. E quais são os interesses do Clube? A conquista honesta de títulos nacionais e internacionais.

Tudo o que é desenvolvido no Benfica deve ter como objectivo final o interesse acima descrito.

Para que serve a Benfica TV? Para a conquista honesta de títulos nacionais e internacionais.

Para que serve o apoio a um futuro Presidente da FPF? Para a conquista honesta de títulos nacionais e internacionais.

Com a conquista de títulos vem a fama, vêm os lucros, vêm mais adeptos, vem a potencialização ao máximo da marca Benfica.

Para atingirmos o nosso objectivo, temos que implementar uma estratégia, temos que recrutar os melhores recursos, temos que ser duros e exigentes e, acima de tudo, temos que colocar o Benfica acima de qualquer outro interesse.

4. Perceber o Futebol Português

É necessário que quem trabalha no Sport Lisboa e Benfica perceba o que representa o Clube em Portugal (e no Mundo), o que representa uma vitória ou uma derrota, o que representa a insígnia “E Pluribus Unum”.

Mas, também é preciso perceber, o que representam Joaquim Oliveira, Pinto da Costa, Fernando Gomes, Gilberto Madaíl, etc.

É preciso compreender as alianças e os medos que gerem os clubes nacionais, os árbitros, os meios de comunicação social, etc.

Nos anos 60, 70 e 80 do século passado, o Benfica era respeitado por todos os seus adversários (excepto o FCP de Pedroto e Pinto da Costa).

Neste momento o Benfica é “odiado” por muitos adeptos dos mais variados clubes. Temos que ser capazes de dar a volta a esta situação, uma vez que o respeito era algo que funcionava a nosso favor, enquanto o “ódio” é algo que nos enfraquece e que destrói o futebol português.

Dar-se ao respeito! Ninguém pode ser respeitado se não se der ao respeito. Numa época complicada e com tantos contra-tempos não podemos ir a Angola em Novembro. “Ah, mas a viagem já estava programada desde o Verão e recebemos bastante dinheiro!”. O Benfica é, acima de tudo, um clube desportivo! Tudo no clube deve girar em torno do desporto e do sucesso desportivo. Digressões a Angola? Claro que sim, mas em Maio, Junho ou Julho.

O que significa perceber o futebol português? Significa perceber como se “fabricam” os campeões. A fase mais importante da época do Benfica deve ser, sempre, o início da mesma. O Benfica tem que fazer tudo por tudo para conseguir nas primeiras 10 jornadas ganhar 9 jogos. Assim, a Comunicação Social, começa a “criar” a ideia de que somos os grandes candidatos. Assim, os adversários começam a temer-nos e os árbitros têm muito mais dificuldade em “dificultar a vida” a uma equipa vencedora.

Perceber o futebol português também significa compreender que as palavras e os actos são muito importantes. Assim, deveremos ser profissionais ao ponto de saber sempre o impacto das nossas palavras e acções, assim como deveremos sempre saber o que responder.

5. Valores Humanos

O Benfica tem que voltar a ser o clube de José Águas, Mário Coluna, Toni, Humberto Coelho, Rui Costa, Fezas Vital, Vieira de Brito e Jorge de Brito e tem que deixar de ser o clube de Vale e Azevedo, Bibi, etc.

O Benfica tem que saber respeitar os outros. Tem que ser culto. Humano. Honrado. Inteligente. Humilde.

O Benfica é feito de momentos como o de Toni a pedir para sair de campo quando se apercebeu que tinha partido a perna a um adversário (jogador do Porto) e não pode ser feito de momentos como o de Jorge Jesus a mostrar 4 dedos ao treinador adversário.



Quando digo “O Benfica”, não me refiro a presidente, direcção, treinador e jogadores. “O Benfica” é feito por cada um de nós, por isso, cada um de nós deveria compreender um pouco melhor a nossa Mística e perceber que o Benfica é muito maior que cada um de nós, mas é constituído pelos actos e acções de todos nós. E Pluribus Unum. Viva o Benfica!