quinta-feira, 21 de abril de 2011

Reerguer o Sport Lisboa e Benfica

Não vou falar do jogo de ontem, que não vi. Não vou falar desta época, em que perdemos muito e em que ainda podemos ganhar algo.


Vou falar do futuro! Vou falar da forma como penso que o Sport Lisboa e Benfica se deverá reerguer para voltar a dominar o futebol em Portugal e para voltar a ser respeitado na Europa.

Para começar, vou falar do… Futebol Clube do Porto. Não porque tenho qualquer obsessão com este adversário, mas para tentar explicar qual o caminho que devemos percorrer.

No final dos anos 70 do século passado, o Porto era um clube secundarizado. O desporto em Portugal vivia em volta da luta Benfica vs. Sporting, sendo o Porto aquele clube que, muito de vez em quando, poderia almejar ganhar um campeonato ou uma taça. Em 1977 o Porto tinha 5 campeonatos ganhos e acabava de ganhar a 4ª Taça de Portugal do seu palmarés. Nesta época já o Benfica somava mais de 20 campeonatos e perto de 20 Taças de Portugal.

Mas, como foi possível ao Porto transformar-se num espaço de apenas 10 anos? Sim, porque em 1987 o Porto chega a Campeão Europeu.

Deixando de lado tudo o que é extra-futebol (e que tem muita influência nos resultados obtidos), o grande trunfo do Porto é a garra e o querer das suas equipas, principalmente, quando jogam contra adversários de valor igual ou superior. Foi a garra e o querer derrubar um “inimigo” que fez (e continua a fazer) o Porto ganhar. O que têm em comum jogadores como João Pinto, Frasco, Vermelhinho, Semedo, Lima Pereira, Jaime Pacheco, Secretário, Sérgio Conceição, Fernando Couto, Jorge Costa, Bruno Alves e João Moutinho? Uma vontade imensa de ganhar e… são todos Portugueses!

É tempo de o Benfica perceber que a força de vontade e o espírito de conquista são tão ou mais importantes que a técnica e a táctica. Como pode o Jardel ou o Javi Garcia (ou qualquer outro jogador estrangeiro) perceber a importância do jogo de ontem com o Porto, se não sabem (nem têm familiares ou amigos que saibam) que até ontem o Porto nunca havia ganho na Luz para a Taça? Que até este ano, apenas o Benfica tinha vencido um campeonato nacional invicto?

Atenção, não sou contra a presença de jogadores estrangeiros no Sport Lisboa e Benfica! Ricardo Gomes é um dos meus maiores ídolos de sempre. Mozer, idem. Isaías, Preud’homme, Luisão, Aimar e muitos outros são jogadores que admiro e respeito. Mas, quem ontem chorou aquela derrota não foi o capitão Luisão, nem o mago Pablito Aimar, ou o genial Javier Saviola. Foram Fábio Coentrão e Carlos Martins! Porquê? Porque, mesmo que não sejam benfiquistas, sabem o que significa o Benfica. Sabem o que significa ganhar ou perder com o Porto e com o Sporting. Assim como o sabem, muitos miúdos por esse país fora.

O momento decisivo da época 2010/2011 não foi a Supertaça ou os 5-0 do Dragão. O momento decisivo da época foi a contratação de João Moutinho pelo Porto e não pelo Benfica. João Moutinho teria sido o substituto ideal de Ramires. Assim, toda a raça e entrega ao jogo de Moutinho foram transferidas para o Porto.

Este é o momento em que se joga a hegemonia no futebol em Portugal. A distância entre os 2 gigantes é praticamente nenhuma e os próximos 10 anos irão dizer quem embala para a glória e quem fica a lutar com o Sporting.

Temos que olhar para dentro!

Temos que olhar para a nossa estrutura e injectar-lhe Benfiquismo!

Temos que “aportuguesar” as equipas do Benfica! Um Aimar e um Luisão são importantes. Mas deveriam estar rodeados de mais Fábios, Carlos e Rúbens.

Temos que injectar espírito de conquista no clube! Ao contrário do Porto, este espírito não deve ser contra ninguém, mas em nome da nossa História. Em nome de nós, adeptos! Em nome do Benfica!

É na nossa História que deveremos encontrar a resposta ao momento decisivo que vivemos.

Não devemos esquecer que Eusébio ganhou uma Taça dos Campeões Europeus, mas Mário João ganhou duas!

Espírito de conquista! Garra! Fé! Portugalidade! A isto chama-se Mística!

Viva o Sport Lisboa e Benfica!

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